Elisabete Matos nasceu em Caldas das Taipas, Portugal. Estudou canto e violino no Conservatório de Música de Braga. Como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, mudou-se para Espanha a fim de completar a sua formação com Ángeles Chamorro, Marimí del Pozo, Félix Lavilla e Miguel Zanetti. Estreou-se como Frasquita (Carmem) no Coliseu do Porto com o C. P. O.
Depois da sua estreia na Ópera de Hamburgo como Alice Ford (Falstaff) e Donna Elvira (Don Giovanni), papel que voltou a cantar em Lisboa, Las Palmas e Santander. Participou, em 1997, na inauguração do Teatro Real de Madrid, interpretando Marigaila na estreia mundial da ópera Divinas Palabras, de Antón García Abril, ao lado de Plácido Domingo. Imediatamente é convidada por Plácido Domingo para se estrear no papel de Dolly na Washington Opera, numa nova produção de Sly, de Wolf-Ferrari, com José Carreras como protagonista. De seguida, interpretou o mesmo papel no Teatro Regio de Turim, no Japão (com a Washington Opera) e na Ópera de Roma, desta vez com Plácido Domingo no elenco.
Interpretou, entre outros papéis, Chimène em Le Cid, de Jules Massenet, no Teatro de la Maestranza de Sevilha e na Washington Opera, com Plácido Domingo como Rodrigue; a protagonista de Margarita la Tornera, também com Plácido Domingo, no Teatro Real de Madrid; Elsa em Lohengrin, na sua estreia no Gran Teatre del Liceu de Barcelona; Mimí em La Bohème, no Teatro de São Carlos de Lisboa; La Voix Humaine, no Teatro da Maestranza de Sevilha, no Teatro Arriaga de Bilbao, em Jerez de la Frontera e no Teatro de Córdoba; Zazà, no Teatro Regio de Turim e na Opéra de Nice; Elisabetta di Vallois, numa nova produção de Don Carlo no Teatro Real de Madrid, no Teatro Nacional de São Carlos de Lisboa e em Palermo; La Battaglia di Legnano, no Teatro Massimo Bellini de Catania; Freia em Das Rheingold, em Turim, Ópera de Roma e Liceu de Barcelona; o papel titular de Suor Angelica, no Palau de la Música de Valência; Tosca, no Teatro La Fenice de Veneza, Teatro Massimo Bellini de Catania, em Chipre (com a Arena de Verona), no Coliseu do Porto, no Teatro de Messina, no Festival de Macerata, em Tóquio, Lisboa e Cardiff (com a Welsh National Opera) e Santiago de Chile; La Vida Breve, em Lisboa; Amelia Grimaldi de Simon Boccanegra, no Teatro Real e em Catania; Sieglinde em Die Walküre, na Maestranza, Centro Cultural de Belém e Liceu de Barcelona; Senta em O Navio Fantasma, em Nápoles, Sevilha, Madrid e Los Angeles; Katia Kabanova e Els Pirineus, no Liceu de Barcelona; Madame Lidoine de Os Diálogos das Carmelitas, no Teatro alla Scala de Milão, dirigida por Riccardo Muti; o papel titular de La Dolores, no Teatro Real de Madrid; Gutrune (Götterdämmerung) e Rosa (Gaudí) no Liceu de Barcelona; Amelia de O Baile de Máscaras em Nápoles e em Bari; Condessa de Capriccio, no Centro Cultural de Belém; Santuzza de Cavalleria Rusticana, no São Carlos de Lisboa e no San Carlo de Nápoles; Abigaille (Nabucco), em Toulon, no Metropolitan de Nova Iorque e na Staatsoper de Viena e na Ópera de Tel-Aviv; a protagonista de Norma, no Festival de Mérida e no Teatro Villamarta de Jerez; Elisabeth de Tannhäuser, no Liceu de Barcelona; Iphigénie en Tauride, no Teatro Campoamor de Oviedo e no Liceu de Barcelona; Turandot, em Antuérpia, Gante, Jerez de la Frontera, Valência, no Palau de les Arts, sob a batuta de Lorin Maazel, Oviedo e Pequim (dirigida pelo Maestro Daniel Oren) e Santiago de Chile; La Gioconda, em Tóquio e Roma; Minnie de La Fanciulla del West, em Lucca (com o Maggio Musicale Fiorentino) e no Metropolitan de Nova Iorque; Gutrune (Götterdämmerung), com Zubin Metha, e Cassandre (Les Troyens), com Valery Gergiev, ambos no Palau de les Arts de Valência; Lady Macbeth, na Ópera Nacional do Reno (Estrasburgo).
Estreou-se com grande êxito como Isolda (Tristan und Isolde) no Teatro Campoamor em Oviedo; a sua estreia em Viena (no papel de Abigaille) e na Ópera de Los Angeles (Senta), sob a batuta de James Conlon; Irene (Rienzi) no Liceu de Barcelona (papel que já estreara no Avery Fisher Hall em Nova Iorque) e com a Odissey Ópera de Boston. Após o seu grande sucesso como Minnie (La Fanciulla del West) no Metropolitan Opera House de Nova Iorque, voltou em 2012 no papel de Abigaille e em 2013 como Tosca, papel que interpretou recentemente no Festival Internacional de Daegu (Coreia do Sul) com a Ópera de Salerno, dirigida pelo Maestro Daniel Oren. Também com Daniel Oren interpretou Turandot no NCPA de Pequim.
Interpretou Le Roi Arthus em Estrasburgo; La Gioconda no Teatro Nacional de São Carlos; Turandot no Chile, Ópera de Berlim e Capitole de Toulouse; Tosca em Palermo; Tristan und Isolde em Toulouse. Recentemente agregou ao seu repertório o papel de Brunhilde (Walküre) no Teatro Campoamor de Oviedo, com grande êxito de público e critica.
Para além dos teatros líricos, Elisabete Matos apresenta-se com frequência nas salas de concerto, interpretando habitualmente Lied e concerto sinfónico, num vasto repertório que vai desde Bach até à música contemporânea. Destacam-se um recital de canções russas na Fundação Gulbenkian de Lisboa e no Festival de A Corunha; a Nona Sinfonia de Beethoven em Cagliari, dirigida por Lorin Maazel, no Auditório Nacional de Madrid, sob a direcção de López Cobos, e na Gulbenkian; O Chapéu de Três Bicos de Manuel de Falla, com a Chicago Symphony Orchestra, dirigida por Daniel Barenboim; um concerto de árias de Mozart com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida por Giuliano Carella; Offrandes, de Varèse, dirigida por C. Walmar; e os Wesendonck Lieder em Lisboa, etc. Em Março de 2001, participou com Plácido Domingo, José Carreras e Mariella Devia, entre outros cantores de renome, no concerto que Zubin Mehta dirigiu em Parma em memória de Verdi, e que foi transmitido para todo o mundo.
Gravou o Requiem de Suppé com o Coro e Orquestra da Fundação Gulbenkian de Lisboa, sob a direcção de Michel Corboz, para a Virgin Classics; e Margarita la Tornera, de R. Chapí, para a RTVE, com Plácido Domingo. Também com Domingo gravou em DVD a ópera Le Cid, de Massenet, com a Washington Opera. Recentemente, foi lançado em DVD O Chapéu de Três Bicos, de Manuel de Falla, com a Chicago Symphony Orchestra, dirigida por Daniel Barenboim. Gravou também Les Troyens (Cassandre), numa produção de La Fura dels Baus do Palau de Les Arts de Valência, dirigida por Valery Gergiev. Com o Liceu de Barcelona gravou a tetralogia O Anel do Nibelungo de Wagner, interpretando os papéis de Gutrune, Freia e Dritte Norne.
Foi galardoada com um Grammy em 2000 pela gravação do papel titular de La Dolores, de Bretón, com Plácido Domingo, para a Decca.
De Janeiro de 2012 a Janeiro de 2013, celebrou os seus 25 anos de Carreira Profissional. No âmbito destas celebrações, apresentou-se em concerto a 12 de Janeiro no Teatro Nacional de São Carlos, junto à Orquestra e Coro do Teatro, ao Coro Juvenil de Lisboa, a Aquiles Machado, Juan Pons, Carlos Guilherme, Dora Rodrigues, Elvira Ferreira, Francisco Reis e Sofia Pinto, dirigidos pelo Maestro Miguel Ortega, concerto este aclamado pelo público e pela crítica.
Apresentou-se em julho de 2014 no Festival ao Largo, em concerto com excertos das óperas Tosca e Turandot com o Coro e Orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, concerto que foi transmitido pela RTP2.
Sempre a duo com Artur Pizarro, encerrou o Festival de Sintra, em recital no Palácio Nacional de Queluz. Em novembro de 2015 apresentou-se em recital com Artur Pizarro no Teatro Nacional de Sâo Carlos e em Fevereiro de 2016 no Fórum Municipal Luisa Todi de Setúbal. De seguida é convidada pelo Teatro para levar a cabo uma Masterclass de Canto com cantores jovens, que finaliza com um concerto dos participantes no salâo nobre do teatro. Em novembro visita a Casa da Música apresentando-se em concerto com a Banda Sinfónica Portuguesa.
Inicia o Ano de 2016 com o Concerto de Ano Novo no Teatro Nacional de São Carlos com uma Gala junto ao Coro e Orquestra do Teatro, dirigidos por Miquel Ortega. Em Fevereiro deste ano colabora com a Orquestra Clássica da Madeira Numa gala de ópera no Teatro Municipal Baltazar Dias, dirigida por Rui Pinheiro. Em abril apresenta-se no concerto de Homenagem ao Grémio Literário. Em julho leva a cabo uma Masterclass na Órdem dos Médicos do Porto. A 14 de Dezembro participa no concerto do 50 Aniversário do Círculo Portuense de Ópera. A 23 de Dezembro apresenta-se na Gala de Natal no Centro Cultural Vila Flor de Guimarães, Gala de Benefeciência em Favor do Lar Alcides Felgueiras, com a Orquestra Artave e Dirigida pelo Maestro Pedro Andrade.
Em março de 2017, apresenta-se em recital no Teatro São Luis, com a pianista Natália Riabova num recital beneficente “Palácio no Hospital- Um olhar para a Arte” com organização da Matriz Portuguesa. Em abril (4 e 7) participa na Gala da Paz em Angola. Apresenta-se de seguida a 19 de abril no Festival da Primavera de Viseu, em recital com a pianista Natália Riabova. Em julho apresenta-se Numa gala com o Coro de Sâo José e a Sinfonieta de Ponta Delgada, integrada no Festival Música no Colégio.
Mais tarde, incorporou ao seu repertório, a “ Brünhilde “ da Tetralogia Wagneriana, a “Elektra” de Strauss e “Ortrude” de Lohengrin.
Interpretou a estreia Mundial da obra The Sun Danced, de James Macmillan para Soprano e Orquestra e a Sinfonia nº 3 de Górecki para o encerramento das comemorações do Ano Mariano, com o Coro e Orquestra Gulbenkian, com direção da Maestrina Joana Carneiro no Santuário de Fátima e na Fundação Gulbenkian; a Turandot de Puccini, com o Teatro Nacional de São Carlos, no Coliseu de Lisboa e Porto e os Wesendonck Lieder com a Orquestra clássica do Algarve, dirigida por Rui Pinheiro.
Estreou Giorgetta do Tabarro (Puccini) e Magdalena do Andrea Chenier (Giordano) no Teatro Nacional de São Carlos, dirigida por Antonio Pirolli.
Elisabete Matos foi condecorada Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Exmo. Senhor Presidente da República Portuguesa, Doutor Jorge Sampaio; foi galardoada com a Medalha de Ouro ao Mérito Artístico da Cidade de Guimarães pelo Senhor Presidente da Câmara, Doutor António Magalhães; foi condecorada Grã-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Exmo. Senhor Presidente da República Portuguesa, Professor Aníbal Cavaco Silva.
Recebeu a medalha de Filha Predileta da Vila de Caldas das Taipas, atribuída pela junta de freguesia; a medalha do Rotary Club de Caldas das Taipas e as medalhas de honra do Grémio Literário e da Sociedade Eça de Queirós.
Foram-lhe atribuídos vários prémios em concursos nacionais e internacionais, como o Concurso de Canto Luísa Todi, o Belvedere de Viena, entre outros. Recebeu o prémio Lola Rodriguez de Aragón, o prémio Lyons da Lírica Italiana, o prémio “Femina 2012” e o prémio Voz do Ano 2012.
Foi distinguida com a condecoração “Maria Isabel Barreno” Mulheres Criadoras de Cultura e a Medalha ao Mérito Mérito Artístico, otorgada pela Secretaria de Estado da Cultura.
É Profesora Convidada na ESART do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Foi primera mulher a assumir a Direção Artística do Teatro Nacional de São Carlos (Lisboa).
É membro do Conselho Geral da Universidade do Minho.